Workshop de Análise de Risco de Doenças em Animais Selvagem  

     A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) tem recomendando fortemente a inclusão do monitoramento da fauna silvestre nos programas de vigilância sanitária e países desenvolvidos, como Estados Unidos e países europeus, já adotaram programas especiais nesse sentido. Incorporar o monitoramento de doença em animai silvestre à vigilância, de forma integrada, tanto passiva como ativa, em um país como o Brasil, com grande extensão territorial e diferentes realidades socioculturais e econômicas constitui-se em um grande desafio. 
     Neste sentido, ferramentas que auxiliem na análise e prevenção de riscos de doenças que possam circular entre a fauna silvestre e doméstica, são de extrema valia. O processo conhecido como Análise de Risco de Doenças para Vida Selvagem – Wildlife Disease Risk Analisys (DRA) foi adotado pela União Internacional para Conservação da Natureza (Internation Union for Conservation of Nature – IUCN) e outras organizações, como a Organização Mundial de Saúde Animal (World Organization for Animal Health – OIE) com essa abordagem para analisar e gerenciar os possíveis resultados de situações envolvendo doenças em animais selvagens. As doenças têm implicações imediatas para a conservação de espécies, bem como uma relevância mais ampla para outras disciplinas, incluindo a saúde humana, pecuária, agricultura, comércio e serviços ecossistêmicos.   
    A divulgação da ferramenta pela primeira vez nas regiões Norte e Nordeste e a segunda vez no Brasil, em parceria com o CPSG Brasil - Grupo de Especialista em Planejamento para a conservação (Conservation Planning Specialist Group - www.cpsg.org/) e demais parceiros, permite identificar os riscos de doenças em animais silvestres, sistematizar dados e analisá-los de modo a propor recomendações de manejo para que as organizações possam prever e minimizar esses riscos antes que as doenças acometam animais domésticos e humanos e antes que sejam perdidos espécimes silvestres. Ainda, essas informações e recomendações sistematizadas podem ser a base para se gerar políticas nestas regiões, que ainda carecem de ferramentas para monitoramento e análises de risco de saúde em animais silvestres. 
    A análise de risco de doenças para Vida Selvagem pode e deve ser aplicada a uma variedade de situações, incluindo a translocação animal ou reintrodução, mas também na expansão agrícola, planejamento de conservação e turismo, desenvolvimento de redes de design residencial, indústrias, planejamento de uso da terra, planejamento de santuários e recintos, avaliação dos riscos do comércio alimentício e inclusive avaliação de risco para funcionários da área da saúde.  

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